quarta-feira, 22 de maio de 2013

Frutificação x Relacionamento II

Acredito que a vitória interior daqueles dois servos veio a cada novo desafio, quando eles reconheceram não apenas seus limites, mas decidiram crer que podiam superá-los, porque alguém com mais experiencia estava investindo neles. Cada novo desafio é uma oportunidade de crescimento. Poder participar desse desafio deve ser encarado como um ato de amor. Mas isto também passa pelo tipo de relacionamento que temos com nossa liderança (que Deus usa para ministrar sobre nossas vidas) e especialmente com Deus (a fonte inesgotável de vida). A forma como encaramos os desafios da vida e como nos relacionamos com as pessoas, sejam elas superiores, iguais ou inferiores a nós, dizem muito sobre nosso relacionamento com Deus.
Os olhos são a candeia do corpo. Quando os seus olhos forem bons, igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz. Mas quando forem maus, igualmente o seu corpo estará cheio de trevas 

Lucas 11:34
Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço. 

1 João 2:10 
Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 

1 João 4:20 
Quando observamos a atitude do servo que ganhou um talento, de Mateus 25:18, foi e enterrou o talento do seu senhor, percebemos aqui uma dificuldade que vai além de frutificar, que é a dificuldade para "receber" algo. Como falamos anteriormente, o Senhor distribuiu talentos a todos, de acordo com a sua capacidade (v.15). Todos receberam. Esse servo não. Era completamente fechado para receber. Por que? pergunto eu. Só consigo pensar que ele não havia desenvolvido um relacionamento concreto com seu senhor. Ele fora trabalhar ali  porque havia trabalho e salário. Mas não se preocupou em conhecer o senhor, seus projetos, seus planos de carreira. Na verdade, ele teve uma primeira impressão distorcida do senhor, quem sabe por ser ele firme nas suas diretrizes, não dado a graças ou piadas, ou até mesmo por ter presenciado a correção de outro funcionário. Outra opção é que este servo fosse um homem ferido em sua história, mas que não havia experimentado a graça redentora do Senhor, que levou sobre si no madeiro, todas as nossas dores.  O certo é que a primeira impressão ou sua história mal resolvida lhe impedia de receber "boas dádivas" daquele senhor, e ele trabalhou não com alegria e comprometimento, não havia paixão em seu coração, mas medo de ser punido. É o que percebemos quando lemos os versos 24 e 25:
"Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou.

Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’. 
Mateus 25:24-25

 As palavras deste servo são duras e repletas de mágoas. As acusações feitas por ele refletem  um coração ferido e repleto de dor e escuridão, medo, rejeição. Ele não teve coragem de dizer não quando recebeu o talento, mas já argumentava dentro de si justificativas suficientes para não atender à convocação do líder. Eis aqui o perfil de uma pessoa cheia de tudo o que não é vida. O medo é sua capa, as fortalezas da alma, seu esconderijo.

No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. 

1 João 4:18
Logo podemos concluir que a frutificação na vida de um discípulo de Cristo são proporcionais à sua vida de comunhão e relacionamento com sua palavra e seu Espírito Santo, pois ausência deste, produz uma imagem distorcida sobre quem é Deus e sobre sua vontade e consequentemente uma  incapacidade para responder a desafios, bloqueio para receber amor e incapacidade para comprometer-se. As consequências são a falta de frutificação e a morte (como a figueira infrutífera).

Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 

Mateus 7:19
"Portanto eu lhes digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino. 
Mateus 21:43
 Gastamos muito tempo tentando produzir, quando na verdade o que nos é pedido é apenas obediência. Se fizermos o que Ele nos pede diariamente, ele mesmo dará crescimento e frutificação às nossas vidas. Essa é uma parte que ninguém pode fazer por nós. É preciso querer compreender e agir.


Samuel, porém, respondeu: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. 
1 Samuel 15:22


Que o próprio Espírito Santo nos atraia para si, de tal forma que escolhamos a melhor parte, tendo a convicção de que ao fazer isso, alcançaremos todo o crescimento que almejamos.

domingo, 19 de maio de 2013

Frutificação x Relacionamento com Deus I

Esta semana, estive pensando muito sobre o "Circo" e sobre as pessoas que vivem pra fazer o espetáculo acontecer. 

Sempre que falo em Circo, as imagens que surgem na minha mente são: alegria, palhaço, animais domados, acrobacias,  festa.  Desta vez, me detive em detalhes para os quais só prestava atenção durante um espetáculo, tais como comprometimento, dedicação, trabalho árduo, paixão pela proposta do que é ser "O Circo". É inegável que temos várias categorias de apresentações, que vão de mais a menos elaboradas e complexas, mas todas requerem daqueles que fazem o show acontecer não apenas um envolvimento parcial mas um total comprometimento, pois qualquer descuido pode produzir resultados desastrosos. Portanto, a paixão por aquilo que se faz, a compreensão do quanto cada parte é importante para o todo e do "todo" sobre as partes, faz toda a diferença na vida da população circense.

Fiz ainda um paralelo dessa imagem com um funcionário de uma empresa. Quando se trata de empresas, sempre recordo do ambiente das empresas em que trabalhei, pois, começando de mim mesma, são um exemplo claro. Um funcionário apaixonado pela visão da empresa, que compreende o valor das partes no todo e a importância de todas as partes funcionando perfeitamente engrenadas para o sucesso da Empresa; que admira e respeita seus superiores e que sabe se relacionar com as partes, produz muito mais do que aquele que está preocupado apenas em não ser "punido" por não fazer sua parte, ou que faz apenas o que tem que fazer por causa do dinheiro, ou ainda  daquele tem uma imagem distorcida de seus superiores (que acha que todos os patrões são gananciosos,exploradores, que não se preocupam com o funcionário).

Pessoas que compreendem claramente a visão e concordam com ela, comprometem-se mais facilmente com  os resultados e  fazem com alegria aquilo que deve ser feito.

Recordo-me que minha paixão pela missão da empresa  me aproximou de meus superiores, e me fez desejar crescer ainda mais. Se o todo crescesse, haveria lugar para eu crescer junto! Se todos levássemos o piano para cima, todos chegaríamos a um lugar acima de onde estávamos! Em uma empresa a compreensão do valor do micro é tão importante como a compreensão do valor do Macro - pois este representa o Fim - a missão.

Aproveitando então destas imagens, comecei a meditar sobre nossa vida de discípulos de Cristo. Procurei buscar nos nossos resultados, aquilo que via no circo e nas lembranças das empresas onde trabalhei: alegria, paixão, comprometimento, relacionamento, compreensão da missão ... e resultados e me lembrei da parábola dos talentos de Mateus 25.

Sempre abordamos esta parábola sob o prisma dos talentos que desenvolvemos ou enterramos. Mas comecei a pensar nela como um caminho de frutificação que passa pelo tipo de relacionamento que temos com Deus e seu reino. 

Quanto mais me relaciono com Deus, mais percebo o seu amor e mais conheço o seu coração. Quanto mais conheço o Seu coração, mais sou pronto a cumprir a Comissão que Cristo me deixou. 

A luz de Deus entra em minha vida e dissipa a escuridão (confusão mental, de valores, de princípios, de sentimentos) à medida em que intensifico esse relacionamento.
O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz. 
Isaías 9:2
Se há luz, sei que Ele me ama, pagou um alto preço por mim, não porque eu fosse perfeita, mas porque Ele é perfeito. Dessa forma, é impossível não responder com prontidão quando ele me dá algo.

Mas voltemos à parábola dos talentos. Primeiramente, todos os três servos receberam talentos. Cada qual  segundo à sua capacidade. Então, indiferente de quantidade, na matemática de Deus, podemos afirmar que ambos receberam 100% da sua capacidade. O que lhes foi pedido, era que negociassem, multiplicassem aquilo que receberam. O resultado viria a partir dos seus atos daquele momento em diante.
Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. 
João 12:24
Negociar o talento, implica em exposição, em disposição tanto para ouvir não,  como para fazer coisas que irão ampliar nossos limites (podemos entender isso como vergonha, timidez ou orgulho). Só faz isso aquele que tem segurança interior e confia naquele que o enviou. Portanto, podemos deduzir que pela resposta dos dois primeiros servos, que ambos tinham uma vida frutífera interiormente, resultado de um relacionamento profundo com aquele que lhes conferiu a missão. Isso significa que eles eram perfeitos? que não passaram por dificuldades? Não creio nisso. Acredito que tiveram dificuldades, mas as enfrentaram com base na segurança que receberam do seu Senhor: eu confio em vocês. Vão e façam! Arrisco dizer que eles tinham o entendimento que enfrentar a situação e fazer o que é preciso é melhor do que ficar parado, com medo de um resultado negativo. Qualquer resultado era melhor que nenhum. E ao se lançarem nessa empreitada, foram muito bem sucedidos.

continua...


EGOÍSMO NÃO PRODUZ NADA