terça-feira, 1 de março de 2011

APRIMORAMENTO

Tomo a liberdade de compartilhar esta mensagem com você, pois acredito que queremos e podemos melhorar a cada dia.
Rosangela Freitas

Uma questão de atitude por Homero Reis
Conhecimentos, habilidades e atitudes são, no falar dos gestores de pessoas, o trinômio básico para se ter uma equipe de alto desempenho. Concordo. No entanto, parece-me que atitude é uma distinção que merece um pouco mais de atenção. Isso porque é ela que nos coloca diretamente em contato com nossa rede relacional e nos possibilita atuar de modo efetivo.
Do ponto de vista conceitual, entende-se conhecimento como o ato ou efeito de abstrair uma ideia ou a noção de alguma coisa. Tal tema inclui, mas não está limitado às descrições, hipóteses, teorias, aos conceitos, princípios e procedimentos que são úteis e verdadeiros. Já a habilidade é o grau de competência que um sujeito possue frente a um determinado objetivo. Pode-se, por exemplo, falar de várias habilidades: mecânica, verbal, cinestésica, etc.
Habilidade significa mais do que capacidade, mais do que ser instruído, pois mesmo aquele que houver lido e presenciado tudo sobre um determinado assunto pode não ser capaz agir na prática com êxito. Habilidade é um indicativo de capacidade, particularmente na produção de soluções para problemas específicos.
A grosso modo, habilidade é saber fazer; é a capacidade de realizar algo, como classificar, montar, calcular, ler, observar e interpretar. Sinteticamente, é a capacidade de mobilizar coisas e conhecimentos (saberes) para solucionar determinada situação-problema. No entanto, existe uma diferença entre entender os conceitos e interpretá-los. Agir diante disso é entender que saber fazer e poder fazer são desafios cognitivos, mas que querer fazer exige atitude.
A atitude revela quem somos e como atuamos na perspectiva da realização. Tenho visto e convivido com pessoas que se mostram preparadas do ponto de vista do conhecimento e são habilidosas quando executam algo mas, não têm atitude. Ou seja, falam muito, têm explicação para tudo, são exímeos em diagnósticos, mas pouco efetivos quanto à realização.
A atitude é uma emocionalidade constituida a partir da força propulsora da vontade, considerando o nível de realização que se deseja conseguir. Querer é poder. Quando se tem atitude enfrenta-se a “realidade”. Bem diz a canção: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Isso posto, vamos à uma questão que muitos me têm feito. O que pode potencializar ou desenvolver a atitude? Do ponto de vista ontológico, há duas coisas a serem consideradas inicialmente. Quero analisá-las um pouco na perspectiva do que chamo de “modernas doenças da alma”; ou seja, emocionalidades inibidoras de uma atitude sadia.
Uma dessas emocionalidades inibidoras é a que chamo de emocionalidade presa ao passado. É baseada em juízos de vida que se dão a partir de uma visão de retrovisor. A vida segue e o foco está nas experiências, vivências e aprendizagens não tidas, nas oportunidades perdidas e não nas possiblidades a viver. Se eu tivesse feito isso ou aquilo, se tivesse casado com outra pessoa, se tivesse estudado para outra profissão, se tivesse morado em outra cidade, etc. São pessoas que julgam que o presente é resultado de coisas não feitas.
Nesse caso, limita-se a atitude porque a construção da vida requer um conjunto de elementos que julgam existem no passado. Como não há como regatá-los, ficam presos no discurso da possibilidade perdida, da coisa não feita, do sonho frustado. Nessa circunstância, se constrói uma relação saudosista com a vida e com suas possibilidades.
Certa vez, numa conversa com um cliente, falávamos sobre sua profissão. Visivelmente frustrado com sua vida, falava-me do sonho de ter cursado direito e trabalhar com advocacia. Não o fez porque na época não tinha condições e não o fazia agora porque ”na altura dos meus quarenta anos, o tempo já passou”. Tentei convencê-lo do contrário, mas naquela oportunidade foi em vão. O tempo passou e, cinco anos mais tarde, lembrei-me daquela conversa e lhe chamei a atençãopara o fato de que cinco anos haviam passado e ele continuava frustrado com sua escolha acadêmica. Se sua atitude tivesse sido outra, agora poderíamos estar comemorando sua formatura. Meu cliente parece que acordou e está agora, cursando direito.
Outra emocionalidade inibidora é aquela presa no futuro. Essa é uma visão do mundo se dá a partir de uma situação que não está presente agora. Situação ligada a uma condição futura que, por ser ingovernável no momento, faz-nos crer que quando tais condições estiverem presentes, iremos agir. Quando eu fizer, tiver isso ou aquilo, quando eu me formar, quando for mais velho, quando passar no concurs.... Quem quer fazer, começa agora. Quem quer fazer regime começa agora e não na “segunda feira”. Quem quer fazer algo o faz agora porque é nesse momento que o futuro começa. Essa emocionalidade constrói pessoas sem mobilidade porque julgam não terem o que é necessário agora. Limita-se a atitude por um equivocado discurso sobre prudência. É claro que a prudência é a base da sabedoria, mas não quando é usada para justificar o imobilismo decorrente de não se aperceber das condições disponíveis.
Essas duas “doenças da alma” se manidestam de forma tão natural que não nos apercebemos do seu caráter limitador. Fique atento! Quando a primeira reação a qualquer desafio é construída a partir de um discurso limitador, isso é sintoma de uma atitude adoecida. Uma atitude sadia considera a possibilidade. Então, em vez de focar nas dificuldades, pergunte sobre as possibilidades. Em vez de ver problemas, busque soluções. Isso não é possível, diz a atitude adoecida; o que fazer para torná-lo possível, diz a atitude saudável. Uma atitude sadia entende que é no agora que está a realização. Não é no passado, nem no futuro. Hoje sou exatamente como preciso ser para fazer o que desejo. Quem tem essa emocionalidade, realiza-se e é capaz de desfrutar da realização em todo momento. Quem tem atitude vive no AGORA; pleno, inteiro e certo do que está construindo. Bem dizem os sábios: deseje e atue. Isso é atitude.
Reflitam em paz!

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EGOÍSMO NÃO PRODUZ NADA